No dia 14 de novembro, decorreu o TÉC4Defence, organizado pelo Núcleo de Estudantes de Eletrotecnia e Computadores (NEEC), pelo Núcleo de Estudantes de Engenharia Aeroespacial do Técnico (AeroTéc), pelo Lisbon’s New Satellite (LISAT), pelo Fórum Mecânica e pelo Núcleo de Física (NFIST). O evento decorreu no Técnico Innovation Center, coincidindo com o Dia da Indústria, organizado pelo Departamento de Engenharia Mecânica (DEM), e contou com mesas redondas, apresentações, com a exposição de protótipos como os últimos veículos desenvolvidos pela FST Lisboa, pela TFC e pela TLMoto e com a partilha de projetos desenvolvidos por alguns centros de investigação.

Pedro Martins, estudante da Licenciatura em Engenharia de Telecomunicações e Informática, José Antunes, estudante do Programa Doutoral em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, e Nuno Neves, professor do Departamento em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, deram a conhecer um pouco da investigação realizada no Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – Investigação e Desenvolvimento em Lisboa (INESC-ID): uma rede segura quântica “já testada por profissionais”, capaz de garantir “comunicação ponto a ponto a qualquer distância” e cujo próximo passo será “a industrialização”. Esta “rede túnel” é resultado do trabalho desenvolvido nos projetos DISCRETION, entretanto concluído, e PTQCI, ainda em curso.

Já Gonçalo Teixeira, investigador do Quantum Information & Quantum Optics hub (QIQO) — uma colaboração entre o Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear (IPFN) e o Instituto de Telecomunicações (IT) — está a trabalhar numa solução alternativa: comunicação quântica baseada num único fotão, “resistente até a um computador quântico”. O sistema deteta qualquer tentativa de intrusão, e a única forma de a mensagem ser decifrada por alguém que não o destinatário seria violando as “inquebráveis leis da Física”. O protótipo já foi testado com sucesso no Técnico.

No que diz respeito ao contexto de defesa, “os drones são um meio para entregar intelligence (informação)”, afirmou Pedro Petiz, alumnus de engenharia aeroespacial e atual diretor de desenvolvimento estratégico da TEKEVER, empresa membro da Rede de Parceiros do Técnico, durante a mesa-redonda “Defesa e Indústria: desafios e oportunidades na perspetiva da indústria”.

É também nesta área que em que se foca a investigação de Alexandre Athayde, doutorado no mesmo curso e atualmente membro do IdMEC. Ao longo da sua intervenção, apresentou três modelos: um drone de baixo custo de produção; uma aeronave que consome muito pouca energia no seu funcionamento; e outra capaz de descolar e aterrar em espaços reduzidos graças à sua capacidade de voo vertical. É precisamente nesta última que se concentra um dos principais desafios científicos — “garantir que se mantém estável durante a transição”.

O evento demonstrou que a área da defesa está a atravessar uma fase de forte dinamismo tecnológico, impulsionada tanto pela investigação académica como pela colaboração com a indústria, evidenciando o papel da investigação no Técnico.

Notícia e fotografia: Técnico