Hoje celebra-se o Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência!

O Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência celebra-se no dia 11 de fevereiro, tendo sido implementado em dezembro de 2015 pela UNESCO, juntamente com a UN-Women e em colaboração com outras instituições e sociedades civis parceiras.

Sabia que 33,3% é a percentagem média global de investigadoras e que apenas 35% dos estudantes das áreas STEM - Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática - são raparigas? Segundo os dados disponíveis no site da UNESCO, ainda existem estereótipos de género, não havendo o incentivo suficiente para encorajar as jovens a estudar e a seguir uma carreira nestas áreas. Trata-se de um problema a nível mundial.

Em Portugal, embora, em 2022 existisse uma maior percentagem de mulheres diplomadas nas áreas de Ciências Naturais, Matemática e Estatística (58,2% dos diplomados nesta área), segundo os Indicadores Chave 2023 do último boletim estatístico para a igualdade de género, publicado pela Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG), a área de engenharia, indústrias transformadoras e construção apresenta uma clara diferença nas percentagens: apenas 32% dos diplomados são do sexo feminino. No mesmo relatório, é possível verificar também que, no que diz respeito a pessoas diplomadas entre os 20 e os 29 anos em Portugal e na UE27, as percentagens de mulheres nas áreas STEM é sempre inferior, apresentando apenas um ligeiro crescimento entre 2015 e 2021.

Histórias reais de mulheres na engenharia

A desigualdade de género é uma questão que tem sido debatida ao longo dos séculos. No decorrer da história, várias mulheres deixaram um legado, como a conhecida Ada Lovelace, a primeira programadora de computadores. Neste artigo, iremos dar a conhecer 3 personalidades que contribuíram para a evolução da tecnologia nas engenharias eletrotécnica, de computadores e aeroespacial.

Edith Clarke: ideias elétricas!
Edith Clarke | fotografia: IEEE Spectrum

Começando pela engenharia eletrotécnica, Edith Clarke (1883 - 1959) foi a primeira mulher a obter um mestrado, através do MIT, e a exercer, nos estados unidos, uma carreira nesta área. Inventou a calculadora Clarke, que permitiu o rápido cálculo de equações que envolvessem corrente elétrica, voltagem e impedância. Mais tarde, contribuiu também para a construção de redes elétricas mais estáveis.

"Para modelar sistemas e comportamento de energia, Clarke criou uma técnica usando componentes simétricos — um método de conversão de sistemas trifásicos desbalanceados em dois conjuntos de fasores balanceados e um conjunto de fasores monofásicos. O método permitiu que engenheiros analisassem a confiabilidade de sistemas maiores"- informação disponível em IEEE Spectrum.

Recebeu vários reconhecimentos, entre eles o prémio Society of Women Engineers Achievement Award.

Grace Murray Hopper: um novo modelo de programação

Grace Murray Hopper | Fotografia: Thinking Cap

Grace Murray Hopper (1906-1992), formada em matemática na Universidade de Yale, é reconhecida não só pelo seu contributo para as áreas de computação, como também por ter trabalhado na marinha, durante a Segunda Guerra Mundial. No que diz respeito à computação, esteve envolvida no desenvolvimento da Calculadora Controlada por Sequência Automática da IBM (MARK I), sob a orientação de Howard Aiken.

Mais tarde, propôs novos modelos de programação, entre eles a possibilidade de escrever programas por palavras, de uma forma semelhante à linguagem humana, em vez da utilização de símbolos e expressões matemáticas. Grace Hopper contrariou quem considerava que este método não resultaria, tendo continuado a sua investigação e desenvolvido o FLOW-MATIC. Esta nova forma de programação contribuiu para a expansão da comercialização e utilização de computadores. Conheça mais sobre esta investigadora no site da Universidade de Yale.

Katherine Johnson: ao infinito e mais além!
Katherine Johnson | Fotografia: NASA

Katherine Johnson (1918 - 2020) trabalhou para a NASA desenvolveu investigação na área da engenharia aeroespacial. Formada em matemática, pela West Virginia State College (atualmente West Virginia State University), começou a trabalhar na NACA - National Advisory Committee for Aeronautics - que mais tarde se viria a ser a NASA - National Aeronautics and Space Administration.

Durante a sua carreira, analisou a trajetória para a missão Freedom 7 de Alan Shepard em maio de 1961 e fez parte da equipa que calculou a trajetória para o foguetão da missão Apollo 11, em 1969. Também trabalhou no desenvolvimento do Space Shuttle e no the Earth Resources Technology Satellite (ERTS, que veio a ser o Landsat). Leia mais sobre a investigadora no site da NASA.

ElectroScience: especial mulheres

Mesmo com o contributo de várias mulheres, ao longo da história, atualmente continua a ser necessário cultivar o interesse das jovens nas diferentes áreas STEM. Com o objetivo de dar a conhecer os mais recentes avanços nas diferentes áreas de investigação que fazem parte do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (DEEC) e de assinalar os meses em que se celebram o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência e o Dia da Mulher, ao longo de fevereiro e março serão partilhados conteúdos feitos com base em entrevistas feitas às nossas investigadoras.

No primeiro artigo, Catarina Barata, docente do DEEC e investigadora no Instituto de Sistemas e Robótica, explicou de que forma a inteligência artificial poderá ser utilizada na triagem e diagnóstico de doentes com cancro.

O futuro da ciência é construído hoje!

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Para a redação deste artigo foram consultadas as seguintes fontes, nas quais poderá encontrar mais informação:

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