O dia 9 de julho de 2025 assinalou o 1.º aniversário do lançamento do ISTSAT-1, a bordo do foguetão Ariane 6. O CubeSat português resulta da iniciativa Fly your satellite, da Agência Espacial Europeia (ESA) e já concluiu mais de 5500 órbitas,, percorrendo uma distância correspondente a mais de 600 idas à lua: "já foi à lua e voltou 623 vezes", referiu Rui Rocha. A efeméride foi celebrada no campus do Taguspark, o mesmo local onde foi acompanhado o lançamento do satélite.

O evento teve início com a sessão de abertura, com Rogério Colaço, presidente do Técnico, que destacou o facto do satélite ter sido desenvolvido num ambiente informal, em colaboração com várias instituições e centros de investigação, nomeadamente o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – Investigação e Desenvolvimento (INESC-ID), o Instituto de Telecomunicações (IT), o Instituto de Engenharia Mecânica (idMEC) e o Instituto de Sistemas e Robótica (ISR-Lisboa). Rogério Colaço realçou também que o ISTSAT-1 "resultou de um sonho e de uma visão" dos investigadores, sublinhando o nome de Rui Rocha, Moisés Piedade e de Luís Sousa, tendo contado com a dedicação de diversos estudantes do Técnico. Reforçou o conhecimento obtido ao longo do processo de desenvolvimento e acompanhamento do satélite e oportunidade de Portugal contribuir para o setor espacial. A sua intervenção terminou com o agradecimento a todos os que estão ligados ao projeto.

Após a apresentação da missão do ISTSAT-1, Rui Rocha, coordenador do projeto e fundador do NanoSat Lab, deu a conhecer o trabalho e os resultados obtidos ao longo do ano. "Este foi de facto um marco extremamente importante", destacou o investigador, realçando o contributo desta inciativa para a academia e para o setor aeroespacial português. Rui Rocha sublinhou também a capacidade de resposta da equipa aos desafios enfrentados, durante o acompanhamento da órbita do satélite, como as dificuldades de comunicação com o mesmo devido à presença de ruído luminoso. "Tivemos então de procurar soluções", referiu, falando um pouco sobre a construção de novas antenas e estações. Atualmente, os investigadores estão a trabalhar na conexão de 3 estações de receção de sinais.

De seguida, o evento contou com o debate “O futuro do Espaço em Portugal”, que teve a participação de Joana Mendonça, docente do Técnico, Daniel Reis, da LusoSpace, e Tiago Peres, da Agência Espacial Portuguesa. A conversa foi moderada por João Paulo Monteiro, investigador do NanoSat Lab. Ao longo da sessão, foram apresentados os projetos a decorrer, das diferentes instituições representadas, descanado, novamente, a importância da academia para o desenvolvimento da indústria e vice-versa.

A cerimónia de encerramento teve as intervenções de Pedro Patacho, vereador da Câmara de Oeiras, e Ricardo Conde, presidente da Agência Espacial Portuguesa. Pedro Patacho reforçou a disponibilidade da Câmara Municipal para cooperar com o Técnico, tendo como objetivo a inovação. Ricardo Conde destacou ainda que "Portugal vai ter acesso ao Espaço", estando atualmente a ser discutida legislação para ser aplicada ao setor.

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