NEEC: “até onde é que podemos ir?”

O Núcleo de Estudantes de Engenharia Eletrotécnica e Computadores, também conhecido como NEEC, integra estudantes de licenciatura e de mestrado do curso com o mesmo nom e tem como objetivo desenvolver projetos e protótipos, incluem áreas como a robótica, a programação e a eletrónica. Em entrevista ao DEEC, António Ribeiro, estudante do Mestrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (MEEC) e Diana Dâmaso, estudante da Licenciatura em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (LEEC), deram a conhecer os últimos avanços do NEEC e o seu testemunho enquanto alunos.
O núcleo abre as portas para a criatividade.
António Ribeiro, estudante de MEEC
Para os estudantes, o NEEC é sinónimo de criatividade e a dedicação, através da criação de projetos como a cocktail machine, o protótipo mais recente do núcleo, que foi desenhado e construído para a produção de, tal como o nome indica, cocktails. Através do recurso ao Arduino, após serem colocadas as todas bebidas “primárias” na máquina e de ser escolhido o cocktail, o robô mistura apenas os líquidos necessários para obter a bebida final. Este protótipo foi montado nas Jornadas da Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, a decorrer no Técnico Innovation Center. O evento conta também com a organização de alguns dos membros do NEEC.

Em termos de protótipos, o núcleo desenvolveu também a NEEC Claw, um braço robótico que consegue pegar em objetos de pequeno porte, e o NEECBot, um robô que navega de forma autónoma com recurso à utilização de cervos – pequenos motores elétricos com controlo de posição e velocidade – desviando-se dos objetos que se encontram na sua trajetória, com ajuda de sensores.

O NEECBot é quase uma peça histórica no núcleo.
Diana Dâmaso, estudante de LEEC
O NEECBot foi um dos primeiros projetos desenvolvidos pelo núcleo, nomeadamente por estudantes das primeiras gerações. Ao longo dos anos, tem vindo a ser reconstruído, transformando-se num constante desafio de otimização para os diferentes alunos.

Para reforçar a interação com os participantes de feiras temáticas ou de atividades que contem com a participação do núcleo, como as JEEC ou as férias da Ulisboa, os estudantes criaram ainda um jogo de reação rápida, o NEECQuick, onde os jogadores carregam nos botões de acordo com as luzes LED, e o BananaNEEC, um “piano” construído com bananas e Arduino.


Quando questionados sobre o que os levou a entrar no NEEC, António e Diana realçam que sentiram a necessidade de criar projetos que colocassem em prática o que aprendiam nas aulas e de aumentar o seu conhecimento em áreas como a programação e a modelação 3D. Diana Dâmaso fez parte da equipa responsável pela modelação e pela montagem da NEEC Claw e destaca que sempre gostou de “saber como é que as coisas funcionam”, dentro das áreas da física e da robótica. Escolheu Engenharia Eletrotécnica e de Computadores por traduzir a aplicação da física no ramo da energia, realçando que se trata de um curso que oferece ferramentas essenciais para a carreira profissional. Refere ainda que a engenharia eletrotécnica é polivalente, incluindo o contacto com várias áreas, como a gestão de redes elétricas de alta tensão, a transição energética, o desenvolvimento de componentes eletrónicos e de carros elétricos.
O curso proporciona-nos o conhecimento necessário para compreender o funcionamento dos diferentes sistemas e dá-nos autonomia para desenvolver os nossos próprios projetos.
Diana Dâmaso, estudante de LEEC
Além da experiência prática, Diana destaca que o NEEC promove igualmente a obtenção de soft skills, que sublinha serem também fundamentais para o mercado de trabalho, através da organização de bancas em eventos, de workshops e de atividades como a NEECathon, que lança anualmente um desafio de 2 dias que consiste no desenvolvimento de projetos funcionais inovadores, como se fossem startups. Todas estas iniciativas fomentam não só a procura de conhecimento, como também o espírito de equipa, independentemente da experiência prévia que os alunos tenham antes de integrar o grupo: “eu não estava sozinha (...). Tive colegas que me ajudaram”, realça.
Nós ajudamo-nos todos, porque todos passámos pelo mesmo. (...) Vir para o Técnico não é sinónimo de competitividade ou de individualismo.
António Ribeiro, estudante de MEEC
António entrou para a licenciatura em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores por partilhar o interesse pela criação de projetos eletrónicos e, no futuro, espera vir a trabalhar nesta área, atualmente em expansão. O espírito de equipa vivido no núcleo e a possibilidade de contactar com estudantes de outros anos do mesmo curso, incluindo vários pontos de vista das diferentes áreas do mestrado, foi também o que motivou António a integrar o NEEC: “o núcleo é como se fosse uma família”, afirma. Para si, a participação nas várias iniciativas contribui também para o crescimento pessoal, através da gestão de tempo, da coordenação de equipas e da responsabilidade inerente aos projetos, algo que tem também impacto no percurso profissional dos alunos.
Em conclusão à entrevista, ambos os estudantes destacaram que o NEEC oferece ainda o contacto com empresas, existindo várias oportunidades de networking com profissionais das diferentes áreas, tendo contacto direto com o meio empresarial.