André Martins participa na sessão "From a PhD to an ERC Grant"

A segunda sessão dos Phd Open Days, Invited Talks: "From a PhD to an ERC Grant", contou com a participação de André Martins, docente do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores e investigador no Instituto de Telecomunicações, e de Marco Piccardo, docente do Departamento de Física. Ao longo da sessão, André Martins deu a conhecer um pouco do seu percurso, desde a conclusão do doutoramento, em 2012, incluindo o trabalho desenvolvido no SARDINE Lab e no EuroLLM, ambos apoiados pelo Conselho de Investigação Europeu (European Research Council - ERC).

André Martins, PhD Open Days 2025

Após terminar o doutoramento, o investigador juntou-se, como responsável de investigação, à Unbabel, uma plataforma de operações linguísticas impulsionada por uma IA, em 2015. Um ano depois tornou-se professor convidado no Técnico e, em 2018, a sua equipa recebeu o primeiro financiamento, por parte do Conselho Europeu, no âmbito de projeto DeepSpin, focado na área de aprendizagem profunda aplicada ao processamento de linguagem natural.

No mesmo ano, foi criado o laboratório SARDINE - Structure AwaRe moDelIng for Natural Language, especializado na mesma área. O investigador começou por realçar a cultura do laboratório, destacando que tem como base valores como a confiança, a transparência, a proximidade e a colaboração. E o que é esperado de um estudante de doutoramento ou de um investigador? André Martins respondeu à questão referindo a necessidade de os investigadores refletirem sobre problemas relevantes, mantendo o foco na qualidade do seu trabalho, na vertente colaborativa e na comunicação, inclusive com outros grupos de investigação - aspetos cruciais para a apresentação de candidaturas a possíveis financiamentos.

André Martins, PhD Open Days 2025

Dentro do SARDINE Lab, nasceu o projeto DECOLLAGE - Deep Cognition Learning for Language Generation (2023 - 28), que tem como objetivo o desenvolvimento de modelos para geração de linguagem baseados em sistemas biológicos, de forma a coordenar várias modalidades (como imagem, texto, vídeo... entre outros). O DECOLLAGE visa também ter a capacidade de planear, tendo em conta o contexto, e de quantificar incerteza, apresentando explicações confiáveis. Por outro lado, é pretendido que tenha mecanismos de memória consolidada e consciência social e que seja energeticamente mais eficiente.

Já o EuroLLM consiste na criação de um modelo de linguagem europeu que integre os 24 idiomas oficiais da União Europeia.

No seguimento da investigação nesta área, André Martins referiu ainda a Lisbon Machine Learning School (LxMLS) - uma iniciativa que nasceu em 2011 e que consiste num evento anual onde, durante uma semana, são abordados "tópicos de aprendizagem automática, da teoria à prática, importantes para resolver problemas de processamento de linguagem natural (PNL) que surgem em diferentes áreas de aplicação". Por último, falou um pouco sobre a ELLIS - European Laboratory for Learning and Intelligent Systems, que visa criar uma comunidade científica de nível avançado, focada em Inteligência Artificial e machine learning.

Invited Talks: "From a PhD to an ERC Grant"

Após as apresentações dos projetos, os oradores responderam a perguntas colocadas pelo público, incluindo temas como ética, combate à precariedade na investigação, escolhas profissionais e candidaturas a bolsas. Relativamente à escolha do percurso após a conclusão do doutoramento, André Martins sublinhou que os estudantes devem manter o foco na qualidade da investigação e nos fatores que a distinguem, "isto é mais importante do que publicar o máximo [de artigos científicos] que conseguires". Reforçou novamente o papel da comunicação, algo com impacto tanto na visibilidade dos projetos como na adaptação dos mesmos, considerando os diferentes feedbacks obtidos.

Já no que diz respeito à apresentação de candidaturas para financiamento, o investigador sublinhou a importância do planeamento e estruturação do trabalho, além do cuidado na apresentação de propostas que reflitam sobre problemas reais, as limitações existentes. "Nós queremos resolver os grandes problemas, não se trata de vender em excesso ideias", referiu, reforçando a necessidade de os investigadores apresentarem propostas que visem a procura de soluções aplicáveis às necessidades atuais.

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