Jornadas do Técnico 2025: O papel dos Núcleos de Estudantes / Associativismo na formação académica

As Jornadas do Técnico 2025 terminaram com o painel "O papel dos Núcleos de Estudantes / Associativismo na formação académica". A conversa foi moderada por Tomás Dechamps Vieira, editor do Diferencial, e contou com a participação de João Paulo Monteiro, atualmente docente do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e Computadores e investigador no Instituto de Sistemas e Robótica, Vasco Lopes, estudante do mestrado em engenharia aeroespacial e ex-líder da TLMoto, Duarte Diamantino, aluno do mestrado em engenharia eletrónica e antigo vice-presidente do N3E, Mariana Cal, estudante do Mestrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores e coordenadora do Núcleo de Arte Fotográfica (NAF-IST), Constança Mourão, estudante de Engenharia Biomédica, e Fernando Lau, coordenador do mestrado em engenharia aeroespacial.

Tomás Vieira começou por questionar os oradores de que forma os núcleos de estudantes, principalmente os que se dedicam ao desenvolvimento de protótipos, são inclusivos, de forma a integrar alunos de diferentes cursos do Técnico. Fernando Lau começou destacou o facto de o AeroTéc abrir candidaturas a todos os alunos do Técnico, algo que se deve à necessidade de reunirem conhecimento de várias áreas, incluindo engenharia eletrotécnica e de computadores, química e engenharia de materiais, para os diferentes projetos desenvolvidos, como o ATLAS e RED.

De seguida, João Paulo Monteiro reforçou a ideia, realçando a participação dos núcleos de estudantes em desafios multidisciplinares e mérito dos alunos por reconhecerem a necessidade de incluir membros de diferentes cursos, abrindo os diferentes núcleos à comunidade académica.

Fernando Lau, Duarte Diamantino, João Paulo Monteiro e Mariana Cal, da esquerda para a direita, respetivamente

Já do ponto de vista dos núcleos e secções autónomas da associação de estudantes que se dedicam a atividades recreativas, Mariana Cal destacou a importância do desenvolvimento da vertente cultural dos alunos, além da componente técnica: "Eu acredito que o Técnico não seja só para formar engenheiros, arquitetos ou matemáticos", afirmou.

Duarte Diamantino realçou ainda o papel fundamental dos núcleos na integração dos estudantes na comunidade académica, algo que sublinhou contribuir positivamente para a saúde mental dos mesmos: "um núcleo no Técnico que tenha estas propriedades mais culturais, onde nos permite exprimir artisticamente ou que nos permite, por vezes, uma fuga à parte técnica é muito importante."

Vasco Lopes, Fernando Lau ,Duarte Diamantino e João Paulo Monteiro, da esquerda para a direita respetivamente

O moderador questionou também de qual o impacto dos cargos de liderança dos núcleos na vida dos estudantes, tendo em conta a constante renovação das equipas, como é o caso da TLMoto. Neste sentido, Vasco Lopes destacou a responsabilidade de garantir que toda a equipa partilha de um sentimento de união, assegurando que existe uma interação positiva entre as diferentes pessoas, dentro e fora da equipa, que são respeitados os prazos e que o financiamento é bem gerido, algo que requer também uma grande capacidade de adaptação, por parte dos diferentes membros. Sublinhou também a definição de objetivos, de acordo com cada membro, assim como com a sua gestão com a vida académica.

Tomás Vieira, Vasco Lopes, Fernando Lau e Duarte Diamantino, da esquerda para a direita respetivamente

Além da componente técnica, João Paulo Monteiro realçou a importância da aposta em soft skills e da independência dos estudantes no desenvolvimento dos projetos. Nesta vertente, Mariana Cal destacou a necessidade de os alunos fomentarem capacidades de organização, dando como exemplo a exposição que irá decorrer do NAF, onde os alunos foram responsáveis por toda a coordenação da mesma, incluindo a procura de espaços, os contatos e a escrita de textos descritivos dos registos fotográficos.


Duarte Diamantino, João Paulo Monteiro, Mariana Cal e Constança Mourão, da esquerda para a direita, respetivamente

A sessão contou ainda com o debate de temas como a possível creditação das atividades desenvolvidas nos núcleos de estudantes, o tempo dedicado às mesmas e a sua conciliação com a aulas e algumas das dificuldades enfrentadas pelos estudantes universitários.

Assim, as Jornadas do técnico deste ano terminaram com o testemunho de que os núcleos acabam por constituir um espaço onde, além da vertente social, os alunos têm a oportunidade de aplicar os conhecimentos adquiridos nas aulas e de aprender com os seus erros, bem como de partilhar saberes acumulados ao longo do tempo. Desta forma, a integração dos mesmos contribui não só para a inovação nos diferentes projetos e como para o seu próprio desenvolvimento pessoal.

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