China supera EUA e conquista a coroa de investigação em conferência global de circuitos integrados eletrónicos (“chips”)

A equipa da Universidade de Macau, na China, é liderada pelo Professor Rui Martins, Professor do DEEC em licença especial, e é constituída por cerca de três dezenas de académicos

A Universidade de Macau e a Universidade Tsinghua de Pequim estão entre as instituições académicas que lideram a investigação em semicondutores na China. © Reuters

Universidades e empresas chinesas produzem 30% dos trabalhos aceites pelo ISSCC.

Em Tóquio, a China apresentou o maior número de trabalhos de investigação aceites na mais prestigiada conferência científica internacional focada em semicondutores, salientando a crescente presença do país neste campo e colocando os EUA em segundo lugar.

Esta é a primeira vez que a China ocupa o primeiro lugar em trabalhos aceites pela Conferência Internacional de Circuitos do Estado Sólido (International Solid-State Circuits Conference - ISSCC), considerada a Olimpíada do sector de semicondutores. Este evento anual irá decorrer no próximo ano, em Fevereiro, em San Francisco, Califórnia, Estados Unidos.

Universidades e empresas da China, incluindo Hong Kong e Macau, enviaram 59 artigos, ou seja 29,8% de todos os 198 documentos de investigação aceites pelo ISSCC para o evento de 2023. Na conferência anterior, realizada em Fevereiro deste ano, foram aceites 29 trabalhos da China, isto é 14,5% do total. O ISSCC aceitou também 40 trabalhos dos EUA, caindo o país do primeiro para o segundo lugar este ano, pela primeira vez em 70 edições da conferência que se completam este ano. A participação dos Estados Unidos em termos de artigos aceites reduziu-se de 35% para 20,2%. A Coreia do Sul ficou em terceiro e Taiwan em quarto, enquanto Japão e Holanda empataram em quinto.

As universidades na China, Hong Kong e Macau conduzem atualmente investigação avançada em semicondutores. A Universidade de Macau teve 15 trabalhos aceites, enquanto a Universidade Tsinghua de Pequim e a Universidade de Pequim produziram 13 e 6 trabalhos, respetivamente. Por outro lado, a TU Delft, na Holanda, produziu 9 enquanto a KAIST da Coreia-do-Sul teve 8 artigos aceites. Entre as empresas, a Samsung Electronics liderou com oito artigos, seguida pela Intel com seis. A Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC), a maior fabricante de chips do mundo, apresentou apenas dois documentos que foram aceites pelo ISSCC. Investigadores japoneses escreveram 10 artigos selecionados pelo ISSCC, elevando a participação do país de 3,5% para 5,1%. O Instituto de Tecnologia de Tóquio (TIT) produziu quatro deles.

A equipa da Universidade de Macau que trabalhou nos 15 trabalhos aceites é constituída por cerca de três dezenas de académicos e alunos de doutoramento do Laboratório de Referência da China em Circuitos Analógicos e Mistos em Muito-Larga-Escala (State Key Laboratory of Analog and Mixed-Signal VLSI) liderados pelo Prof. Rui Martins que reside em Macau há três décadas e se encontra em licença especial do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, do Instituto Superior Técnico, da Universidade de Lisboa, em Portugal.

[Texto traduzido e aumentado da versão Inglesa dum artigo escrito por YUKI OKOSHI, redator da equipa Nikkei Asia, em 18 de novembro de 2022 01:32 JST]

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