Anchorage: mais um “unicórnio” com ADN do Técnico

Anchorage Digital, empresa cofundada e liderada pelo antigo aluno do Mestrado de Telecomunicações e Informática (METI), Diogo Mónica, levantou 350 milhões de dólares (cerca de 309 milhões de euros) em investimento numa ronda de financiamento série D. A fintech elevou assim a sua avaliação para 3 mil milhões de dólares (cerca de 2,7 mil milhões de euros), atingindo o estatuto de “unicórnio” (empresa avaliada em mais de mil milhões).

De acordo com um comunicado hoje divulgado pela empresa custodiária de criptoativos, a ronda foi liderada pela KKR e contou com a participação dos fundos norte-americanos Andreessen Horowitz, Wellington Management e Apollo e o banco de investimento Goldman Sachs.

Juntam-se ao leque de investidores fundos e contas geridas pela BlackRock, a Blockchain Capital, a Delta Blockchain Fund, a Elad Gil, a GIC, a GoldenTree Asset Management, a Innovius Capital, a Kraken, a Lux Capital, a PayPal Ventures, a Senator Investment Group, a Standard Investments, a Thoma Bravo, e a Wellington Management.

Citado em comunicado Diogo Mónica, salienta que “à medida que mais e mais instituições procuram acrescentar serviços cripto às suas ofertas, encontramo-nos num ponto de inflexão”. “Este financiamento coloca a Anchorage Digital numa posição confortável para responder à procura institucional sem precedentes deste mercado em rápida evolução”, refere o alumnus do Técnico.

Com este investimento, a Anchorage Digital planeia melhorar as suas soluções de infraestruturas, especificamente para empresas financeiras globais e fintech inovadoras. A empresa liderada por Diogo Mónica pretende ainda investir para “acelerar e simplificar o envolvimento dos clientes com o que há de mais recente em inovação cripto e aumentar a sua equipa e clientes para continuar a expandir a oferta de produtos”.

De acordo com antigo aluno do Técnico, a empresa pretende também continuar a apostar “no talento português”. “O crescimento da adoção institucional dos criptoativos demonstra o impacto que estes estão a ter no sistema financeiro tradicional no mundo, em geral, e em Portugal, mais concretamente”, destaca.

Diogo Mónica é luso-americano. Nasceu no estado da Califórnia, mas três anos depois mudou-se para Portugal. Apaixonou-se pela segurança de redes aos 12. A carreira universitária foi toda feita no Instituto Superior Técnico, da licenciatura ao doutoramento, tirando primeiro o curso de Engenharia de Telecomunicações e Informática, seguindo depois para doutoramento na área de Engenharia Informática.

Mudou-se para os Estados Unidos para trabalhar como designer de segurança na Square, onde acabou por conhecer Nathan McCauley, cofundador da Anchorage. Como primeiros funcionários da Square, desenvolveram um software que agora garante mais de 100 bilhões de dólares em transações anuais. Em 2017, e depois de uma passagem pela Docker, a dupla decidiu fundar a Anchorage.

Criada para atender à necessidade crescente de proteção institucional que permite que os investidores mantenham e usem criptografia com segurança, a Anchorage tem crescido permanentemente e tornou-se numa plataforma financeira de serviço completo e provedor de infraestrutura para o espaço de ativos digitais.

Esta é a 2.ª empresa com dedo de antigos alunos do Técnico a atingir este patamar. Em 2018, a Talkdesk, cofundada por Cristina Fonseca e Tiago Paiva, também antigos alunos de Engenharia de Telecomunicações e Informática, tornava-se o 3.º “unicórnio” português.

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