Sonha em grande: Catarina Barata destaca as aplicações da IA saúde, no debate “Life and Health”

A tarde do 1.º dia dos PhD Open Days teve início com debate "Life and Health". A sessão contou com a intervenção de Catarina Barata, docente do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores e investigadora no Instituto e Sistemas e Robótica (ISR), Jorge Martins e Cláudia Lobato, docentes do Técnico. Este debate, conduzido por João Sanches, surgiu da necessidade de responder aos desafios da sociedade atual, tais como pandemias mundiais, o maior número de doenças crónicas, a procura de tratamentos menos invasivos e de terapias mais personalizadas, em populações em crescimento. Neste sentido, o moderador sublinhou o papel dos investigadores no desenvolvimento de soluções com recurso à computação, análise de dados, inteligência artificial e materiais avançados, incluindo parâmetros como a eficiência, a reação a estímulos, os custos, a biocompatibilidade e a sustentabilidade, não esquecendo a questões relacionadas com a ética.

Catarina Barata, falou sobre os desafios, existentes na área da aplicação da inteligência artificial na saúde. A investigadora começou por apresentar ao público a "Madalena", uma bebé de 2 anos. Mesmo antes do seu nascimento, a "Madalena" já tinha dado origem a uma grande quantidade de dados, através dos exames pré-natais, realizados à mãe. Com o nascimento e a ida a consultas médicas, à medida que foi crescendo foram sendo recolhidos mais dados, de acordo com os vários exames clínicos realizados (como análises, ressonâncias magnéticas, procedimentos...), o que também aconteceu com os seus familiares, algo que resultou numa grande quantidade de informação disponível. Por este motivo, os investigadores começaram a explorar novas oportunidades através da análise de dados genéticos, metabólicos, microbiológicos e ambientais, bem como de diferentes tipos de sensores.
Esta nova visão, sobre a saúde, permite o desenvolvimento de tecnologias inovadoras para ensaios clínicos, para uma maior precisão na saúde, para a melhoria dos cuidados domésticos e inclusivamente para a monitorização de pandemias. Por outro lado torna-se possível a criação de "gémeos digitais" - versões virtuais dos diferentes pacientes - que permitem a aplicação de terapias personalizadas, assim como a realização de testes sem recurso a animais.

"Temos esta informação toda. Conseguem ver onde está o problema?" Após a apresentação de algumas das possibilidades da aplicação da inteligência artificial, Catarina Barata abordou os principais desafios enfrentados pelos investigadores: a representação dos dados, a recolha de várias amostras de dados por paciente, a integração de diferentes tipos, a existência de dados longitudinais (recolhidos ao longo do tempo através dos mesmos indivíduos) e a falta de dados, aliados às questões relacionadas com a privacidade, transparência e imparcialidade dos modelos, incluindo características de diferentes países e culturas.
A idade de ouro da IA nos cuidados de saúde está só a começar.
Catarina Barata, docente do DEEC e investigadora no ISR
Em conclusão, a investigadora encorajou os estudantes a seguirem esta área, destacando que, com o aumento da quantidade de dados, será necessária uma revolução no armazenamento. Por outro lado, irão emergir novos desafios e oportunidades para investigação, ao longo do tempo.
O debate contou ainda com a resposta a algumas perguntas levantadas pelo público.
